O CanalBloom é uma startup de impacto social que acredita que a educação parental é chave no desenvolvimento de uma sociedade saudável. Pensando nisso, eles criaram a TVBloom, uma série de vídeos onde, em menos de 2 minutos, especialistas colaboram com orientações úteis para o dia a dia.
Esse projeto é uma parceria com o Kids in the House, plataforma norte-americana que também apoia pais e mães no cuidado com seus filhos. A equipe do CanalBloom traduziu esse material e a primeira especialista é a Dra. Laura Markham, onde ela fala sobre Inteligência Emocional para crianças.
Inteligência Emocional para crianças
“Você pode começar ensinando inteligência emocional para crianças pequenas ao nomear os sentimentos”, conta a especialista no vídeo. “Você pode dizer: ‘Você está tão bravo!’ e então o seu filho pensa: ‘Existe um nome para o que está acontecendo comigo aqui. E meu pai nem sente medo disso! Ele parece pensar que tudo bem e talvez isso também pode acontecer com outras pessoas’. E, de repente, seu filho ganha um controle muito maior sobre as próprias emoções”.
Eles já abordaram também temas sobre raiva, disciplina, responsabilidade, organização e muito mais. Acesse o site do CanalBLoom para fazer parte das assinaturas e acessar o material.
O CanalBloom organizou uma Jornada de Férias para crianças e suas famílias. Nela, eles organizaram várias atividades interessantes para aproveitar ao máximo esse tempo juntos. E, é claro, também desenvolver habilidades socioemocionais muito importantes.
Uma criança pequena ainda não desenvolveu a capacidade suficiente em seu cérebro para lidar com as emoções, principalmente quando está frustrada. Isso significa que ela ainda não tem recursos para regular a atitude que vai ter diante dessas emoções. Por isso, ela reage gritando, batendo, se jogando no chão… Veja como ajudá-la a desenvolver essa capacidade de autorregulação, tão importante!
É um desafio, mas tente respirar profundamente e devagar. Poucos segundos já são muito potentes. A criança só vai conseguir se acalmar se você também estiver calmo. Ele se assusta com a intensidade de todas essas emoções e precisa de você para se sentir segura diante de tudo isso. Por isso, se o coração acelerou com o estresse, você pode ir lavar o rosto e só depois tome uma atitude.
Garanta a segurança
A criança pode querer bater ou arremessar objetos, como um jeito de se defender dessas emoções tão desconfortáveis. Você vai querer dizer que ela não pode bater, mas nesse primeiro momento a conversa não é uma boa estratégia. A parte reativa do cérebro da criança está em ação e isso significa que ela não vai conseguir entender o que você diz. Então, garanta que a criança não vai se machucar e nem machucar alguém. Tire os objetos perigosos do alcance e garanta um ambiente seguro.
Acolha a criança
Ela só vai te escutar quando o cérebro dela deixar de operar a partir desse estado reativo. Tenha paciência e dê um tempo para essa reação passar. Para isso, conecte-se com a criança. Seja carinhoso. Quando você a acolhe, você o ajuda a acalmar essa parte reativa do cérebro. O que ela precisa é um contato amoroso, mais do que palavras. Experimente um abraço, sempre respeitando o espaço dela. Se ela não quiser, esteja por perto. Isso fará ela se sentir segura. Quando ela estiver mais calma, vocês poderão conversar.
Aceite a emoção, não a atitude
Ajude a criança a perceber a diferença entre o que ela sentiu e o que ela fez. Todas as emoções são naturais, mas não é toda atitude que é aceitável. Você pode dizer: “Eu entendo que você ficou tão bravo que quis quebrar o brinquedo. Mas você não pode destruir o brinquedo. Vamos pensar em outra forma de expressar a sua raiva?”. É importante que você a ajude a encontrar soluções mais saudáveis para lidar com essa emoção. Pode ser batendo em um travesseiro, assim ninguém se machuca.
O CanalBloom é uma plataforma que traz ferramentas para apoiar pais e mães nos desafios da parentalidade, buscando uma infância mais saudável com base em orientações de especialistas e um conhecimento qualificado. Acesse através do: www.canalbloom.com
Está quase encerrando a campanha de pré-venda do material “Sabedoria de criança”. Este é um jogo de cartas com pílulas de inspiração para adultos, pais e educadores. As crianças têm uma forma especial de interagir com o mundo que estão desvendando e reconstruindo. Compreender os ritmos, movimentos e perspectivas das crianças é essencial para entrar em relação com os pequenos. Os adultos, por sua vez, carregam a responsabilidade do constante e atento cuidado com eles.
No material “Sabedoria de criança: pílulas de inspiração para uma nova educação”, as cartas tem o objetivo de alimentar a alma com pílulas de inspiração sobre o universo infantil. São insights para situações desafiadoras, ânimos para momentos inquietos e questões para expandir o olhar. Essas pílulas buscam resgatar a inspiração e são um convite para acessar a sabedoria das crianças.
O jogo é composto por 44 cartas inspiradoras, 1 livreto com reflexões sobre os conteúdos das cartas e sugestões de uso. O conteúdo está em três línguas: português, inglês e espanhol. Este projeto está sendo realizado em parceria com a Cura Editora e é possível reservar um exemplar pessoal ou doar para algum projeto social ou escola pública.
Veja o vídeo e saiba mais sobre as contribuições no site do projeto:
Cerca de 200 voluntários se reuniram no começo deste mês, na região do Campo Limpo, para revitalizar espaços de vivências nos Centros de Educação Infantil (CEI) Dra. Nathália Pedroso e Olga Benário. Juntos, esses espaços atendem cerca de 243 crianças. Os participantes são empresas e fundações como Ecolab, Fundação Maria Cecília Souto Vidigal, Lear Corporation, Lilly, Morgan Stanley, Owens Illinois, P&G, Pitney Bowes e PwC.
Chamada de Dia Viva Unido, essa ação é uma das atividades promovidas pela organização United Way Brasil. Eles atuam há 17 anos no Brasil com foco no desenvolvimento da primeira infância e juventude. A programação também colaborou com a comunidade local pela recuperação da Praça do Campo Limpo. As ações fazem parte do programa “Crescer Aprendendo”, desenvolvido desde 2012 pela organização. O projeto já beneficiou mais de 2 mil crianças de 13 centros de educação infantil participantes do Programa.
Dia Viva Unido
As atividades do Dia Viva Unido começaram pela manhã e terminam ao final do dia, enquanto as crianças estavam em sala de aula. “Ao saírem, os alunos encontram a escola reformada, o que causa surpresa e alegria. É um momento importante, pois eles sentem a valorização do espaço escolar. E isso traz reflexos positivos no longo prazo”, explica Paula Crenn Pisaneschi, gerente de Programas da United Way Brasil. Nas semanas seguintes, as famílias também são chamadas a conhecer o espaço e ficam surpresas com o resultado
Gabriella Bighetti, diretora-executiva da United Way Brasil, chama a atenção para a importância do engajamento do setor privado no desenvolvimento da primeira infância. “Crianças bem assistidas mudam o mundo. Cuidar delas é construir, no hoje, a sociedade que queremos. Por isso o papel das empresas e o envolvimento dos funcionários pode ser tão relevante nesse processo”, afirma.
Segundo pesquisas apresentadas na cartilha “Aposte na Primeira Infância”, lançada este ano, desenvolvida pelo Instituto GPTW, em parceria com a United Way Brasil e Fundação Maria Cecília Souto Vidigal, empresas que adotaram programas em prol da primeira infância tiveram impacto direto na produtividade e rotatividade dos funcionários, esta última caindo de 21% para 9,9%.
Uma das perguntas mais comuns entre pais é: “Como faço para o meu filho me escutar?”. Você chama o seu filho para almoçar, então ele continua brincando e parece que nem ouviu o que você disse? Na maioria das vezes, a criança fica totalmente entregue ao faz-de-conta que cria e, sem intenção, acaba não respondendo ao chamado dos pais. Outras vezes ela até te escuta, mas não faz o que você pede, não é? Confira o que fazer.
Quando uma criança não se sente ouvida, ela tende a reclamar, gritar ou fazer aquela birra, além de não querer te escutar nas próximas situações. Com uma escuta cuidadosa, você mostra ao à criança que respeita o que ela tem a dizer e dá o exemplo. Se seu filho te chamar e você não puder parar o que está fazendo para escutá-lo, você sempre pode dizer: “Filho, eu quero escutar o que você tem para me dizer, mas preciso de alguns minutos para terminar de escrever essa mensagem, tá bom?”.
Tente perceber no que ela está prestando atenção
Imagine que você está ocupado, fazendo algo importante. Seu amigo então faz um pedido: que você pare imediatamente o que está fazendo e faça outra coisa, que não é a sua prioridade nesse momento. Como você se sentiria? Às vezes, até os adultos não querem escutar. Colocar-se no lugar da criança e tentar compreender que no que ela está atenta é importante para facilitar a comunicação entre vocês. Tente algo como: “Sei que essa brincadeira está legal e que você não quer parar de brincar agora. Mas, preciso que você me ajude a encontrar a sua camiseta para podermos ir para a escola”.
Atender a um pedido é mais complexo do que parece. Primeiro, a criança precisa escutar o pedido, depois memorizá-lo e então fazer a conexão entre o pedido e o movimento que ela fará. Não adianta chamar insistentemente, nem gritar. Ajoelhe, desça até a altura dela e a toque com leveza. Olhe-a nos olhos, chame-a e espere até que ela também esteja olhando para você. Então, comece a falar. Se você não pode fazer isso por algum motivo, porque está no carro por exemplo, certifique-se de ter sua atenção. Pergunte algo como: “Filho, posso te dizer uma coisa?”. Seja breve e evite frases longas.
Sempre que puder, torne os momentos de conversa algo prazeroso para vocês. Assim, quando você precisar orientá-la, ela estará mais disposta a te ouvir. Para conferir o SOS completo sobre esse tema, acesse: https://canalbloom.com/sos/a_crianca_nao_me_escuta
O CanalBloom é uma plataforma que traz ferramentas para apoiar pais e mães nos desafios da parentalidade, buscando uma infância mais saudável com base em orientações de especialistas e um conhecimento qualificado. Acesse através do: www.canalbloom.com
“Como o pensar infantil fascina/De dar inveja, ele é puro, que nem Obatalá/A gente chora ao nascer, quer se afastar de Alla/Mesmo que a íris traga a luz mais cristalina/Entre amoras e a pequenina eu digo ‘As pretinhas são o melhor que há’“.
Assim começa a música “Amoras”, do rapper Emicida, que acaba de se transformar em livro infantil. A obra é lançamento da Companhia das Letrinhas e conta com ilustrações de Aldo Fabrini. Ela reproduz um diálogo que o artista teve com sua primeira filha, Estela, 7, e a história é toda dedicada a ela. Com 32 anos, o cantor também é pai de Tereza, que nasceu em junho de 2018.
Na música que originou a história, a pequena está debaixo de uma amoreira com o pai,]. Neste momento, ele comenta sobre a beleza das amoras. Quanto mais pretas, mais doces. É aí que a menina se reconhece e assimila sua própria identidade. Emicida canta “A doçura das frutinhas sabor acalanto fez a criança sozinha alcançar a conclusão/Papai, que bom, porque eu sou pretinha também“.
Representatividade e paternidade
O livro fala sobre negritude, representatividade, preconceito e autoconfiança. E é também um exemplo de como a paternidade presente e afetiva contribui para a construção de referências positivas. Contribuindo, assim para o desenvolvimento saudável da criança. Com referências à religião e à resistência afro – a história cita Zumbi, Marthin Luther Link, Malcom X e entidades da mitologia yorubá – Emicida reforça a importância de nos reconhecermos e nos orgulharmos de ser quem somos – desde criança e para sempre.
É normal que as crianças pequenas façam xixi na cama. Isso acontece porque a bexiga da criança pode ainda não estar desenvolvida o suficiente para armazenar o que precisa durante à noite. Ou então, pode ser que ela durma um sono muito profundo e ainda não consiga despertar para ir ao banheiro. A boa notícia é isso se transforma conforme a criança cresce. Enquanto isso, veja o que fazer!
Acolha as emoções da criança
O xixi na cama não acontece porque a criança é preguiçosa ou desobediente. É uma atividade inconsciente, que ocorre sem querer. Por mais que seja cansativo para os pais, a criança é quem normalmente mais sofre com a situação. Se você conseguir mostrar que entende como ela se sente, você a ajudará a não se sentir culpada e a entender a situação como algo normal, que ela será capaz de superar. Isso é fundamental para que ela passe por este desafio de forma saudável. Por isso, seja acolhedor. Com um tom de voz tranquilo, você pode dizer: “Puxa, filho, incomoda mesmo quando acordamos molhados assim… Mas isso acontece. Na sua idade, isso é comum. É difícil perceber o xixi enquanto estamos dormindo, por isso às vezes escapa. Está tudo bem. Agora vamos trocar essa roupa e voltar a dormir? Que tal se você me ajudar a pegar um outro pijama?”.
Pelo menos 1 hora antes de dormir, ajude a criança a não beber líquidos. Tente se programar para dar o leite ou a água antes disso. Isso vai ajudar a diminuir a quantidade de urina produzida à noite e, com isso, as chances de escapar xixi enquanto ela estiver dormindo. Leve-a ao banheiro pelo menos duas vezes antes de ir para a cama: uma vez no início da rotina para dormir e mais uma antes de apagar as luzes. Nessa hora, você pode levá-la no colo e deixar o banheiro com pouca luz, para não agitar a criança que se prepara para dormir.
Acordar a criança reforça o hábito dela fazer xixi enquanto dorme e a responsabilidade de permanecer seca acaba sendo transferida da criança para os seus cuidadores.
Se a criança já aprendeu a controlar o xixi na cama há mais de seis meses, mas o xixi volta a escapar, isso pode estar acontecendo por alguma situação de estresse: a separação dos pais, algo na escola ou até o nascimento de um irmão. Converse com a criança sobre seus desafios e acolha essas emoções. E se ela tiver mais de 5 anos, o recomendado é consultar um pediatra ou nefrologista pediátrico para avaliar o que pode estar contribuindo para o xixi na cama. Para conferir o SOS completo sobre esse tema, acesse: https://canalbloom.com/sos/_a_crianca_faz_xixi_na_cama
O CanalBloom é uma plataforma que traz ferramentas para apoiar pais e mães nos desafios da parentalidade, buscando uma infância mais saudável com base em orientações de especialistas e um conhecimento qualificado. Acesse através do: www.canalbloom.com
“Disponibilizar tempo para brincar. Mas não meia hora. Meia hora é um tempo muito delimitado. O pensar, o criar, o fazer, o acontecer… não é em meia hora que vai acontecer esse brincar”. A frase é de uma professora de uma das seis escolas brasileiras que se dispôs a olhar o brincar dentro de seu território e com suas crianças, e em diálogo constante com o programa Território do Brincar. Essa troca, que propunha potencializar o brincar dentro e fora da escola, resultou em produções que foram lançadas pelo programa em 2015 – a exemplo do documentário Território do Brincar – Diálogos com escolas e de seu livro homônimo.
Afinal, como disseram no diálogo, é necessário tempo largo para que eles explorem livremente o que há ao seu redor. Ou, como nas palavras da coordenadora do programa Território do Brincar, Renata Meirelles, precisamos criar oportunidades para a criança poder ser aquilo que ela é. “O ócio é potente na infância para que a criança possa se alimentar daquilo que vem de dentro pra fora”, afirmou a educadora em entrevista.
No entanto, para especialistas, a nossa sociedade não tem investido em tempo, espaço e tampouco circunstância paraisso. Em palestra no evento trianual do International Play Association, cuja última edição aconteceu em setembro em Calgary, Canadá, o psicólogo Peter Gray alertou que a sociedade atual sofre do que ele chama de Transtorno de Déficit do Brincar.
O transtorno de Déficit do Brincar
Baseando-se em análises históricas e sociais dos EUA e outros países, ele concluiu que houve um forte declínio do brincar. Paralelamente a isso, ocorreu o aumento de depressão, transtorno de ansiedade e suicídio entre crianças e jovens. “O desenvolvimento integral, considerando o desenvolvimento intelectual, emocional, social e cultural das crianças, está direta e intrinsecamente relacionado à possibilidade delas brincarem livremente”, afirmou.
Fato é que o “nada” é fundamental para que as crianças tenham autonomia na realização de seus quereres. O tempo cronometrado e fragmentado enfraquece a possibilidade de exploração da imaginação. E, corroído pelo acúmulo de obrigações, o ócio e tudo aquilo que se desdobra a partir dele vêm perdendo espaço.
Nesse sentido, um livro publicado pelo filósofo Byung-Chul Han traz algumas observações relevantes para esse debate. Na obra Sociedade do Cansaço, o autor volta seu olhar para a sociedade deste início de século 21. Segundo ele, essa é uma sociedade do desempenho e do trabalho. Somos estimulados 24 horas por dia, sete dias por semana. Sempre dispostos a executar múltiplas tarefas concomitantemente e mergulhados em um excesso de estímulos e informações.
As consequências do excesso de informação
Desprovidos de tempo livre e de espaço, acabamos sendo consumidos pelo cansaço. E isso destrói qualquer possibilidade de contemplação e lazer. “O excesso da elevação do desempenho leva a um infarto da alma”, afirma o filósofo. “Aparentemente, temos tudo; só nos falta o essencial, a saber, o mundo. O mundo perdeu sua alma e sua fala, se tornou desprovido de qualquer som”, diz.
O cenário estabelecido pelo autor dialoga, de certa forma, com a visão de Peter Gray e seu discurso da urgência do direito de brincar. Como apontou o psicólogo, é inconcebível que familiares e escolas estejam olhando para esse momento da vida como uma mera fase de construção de currículo, eliminando todo o potencial lúdico e expressivo da infância. O brincar permite à criança elaborar o mundo e dá sentido a suas experiências internas e externas. Além disso, amplia a compreensão do entorno. Segundo Gray, com a perda do brincar livre, perde-se a essência da infância.
É para essa direção que queremos caminhar? Muito tempo atrás, o escritor mineiro Guimarães Rosa já nos anunciava a importância do elemento contemplativo: “Quando nada acontece, há um milagre que não estamos vendo”. Por tudo isso, sim: já é tempo de nos posicionarmos em defesa do “nada” na vida das nossas crianças.