
A atriz Angelina Jolie tira os filhos da escola. Segundo a revista “People”, a atriz proporcionou que eles tivessem aulas em casa. Assim, conseguiriam administrar as diferenças culturais das crianças e jovens, com idades entre 9 e 16 anos. Eles já estão tendo aulas diárias com professores contratados por Jolie. “Eles têm tutores para vários tópicos e matérias, que vão de aulas de línguas estrangeiras ao uso de instrumentos”, disse uma fonte.

Angelina Jolie tira os filhos da escola e passa a ser mais uma mãe a optar pelo ensino domiciliar de seus filhos. Álvaro Dantas, ativista na área e pai de dois adolescentes desescolarizados conta: “de certa forma, Angelina Jolie é uma representação interessa, mas talvez ela não faça exatamente unschooling. Esse termo ainda não teve uma única definição. Muitas pessoas que estão num processo de desescolarização e cada uma segue o que acha justo e correto”. Cauê Dantas,de 13 anos, filho de Álvaro, acredita que essa ação da famosa dá apoio ao movimento.
Álvaro defende que a desescolarização parte de uma escuta direta da criança. Ele defende: “o caminho é sair da angústia paternal e seguir exatamente o que a criança está anunciando. Isso acontece mesmo que você, familiar, tenha uma sensação de que seu filho esteja em prejuízo com aquela decisão”. O movimento que surgiu no final da década de 1960, ganhou força com a publicação do livro “Sociedade Sem Escolas”, de Ivan Illich, com críticas às instituições escolares.
Segundo o autor, “um bom sistema educacional deve ter três propósitos. Um deles é dar a todos que queiram aprender acesso aos recursos disponíveis, em qualquer época de sua vida. O outro, capacitar todos os que queiram partilhar o que sabem a encontrar os que queiram aprender algo deles. Por fim, dar oportunidade a todos os que queiram tornar público um assunto a que tenham possibilidade de que seu desafio seja conhecido”.
Criado pelo educador americano John Holt, o termo unschooling defendeu que pais ou tutores poderiam assumir a educação das crianças e adolescentes, darem autonomia e estimulá-los a ter uma vida “desescolorizada” e acessarem várias formas de aprendizagem fora do sistema escolar, que era considerado por ele uma estrutura falida.
Nesse modelo, não se adota um currículo específico. O aprendizado é livre, garantindo automomia para crianças e jovens, que escolhem o que vão aprender através da interação com a família, os vizinhos, o bairro e a comunidade em que estão inseridos. Essa abordagem é diferente da educação domiciliar (ou homeschooling). Nele, os pais adotam um currículo pré-estabelecido semelhante ao ensino formal adotado pelas escolas.
Desescolarização é legal?
Enquanto nos Estados Unidos Angelina Jolie tira os filhos da escola, no Brasil as duas práticas costumam ser rejeitadas quando questionadas nos tribunais. O principal argumento é o artigo do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). O documento diz: “os pais ou responsável têm a obrigação de matricular seus filhos ou pupilos na rede regular de ensino”
Essa interpretação, entretanto, está sob análise do Supremo Tribunal Federal. Para alguns, elas também estão em desacordo com o Código Penal e com a Lei de Diretrizes e Bases (LDB).
Os defensores do movimento questionam as interpretações legais e reforçar o artigo 205 da Constituição Federal. A lei defende que “a educação é direito de todos e dever do Estado e da família. Portanto, é dever de ambos. No seu exercício, a direção cabe à família, que deve receber assistência do Estado quando não puder ou não pode provê-la integralmente em casa”, segundo Alexandre Moreira, colaborador do Blog Mídia Sem Máscara. É possível analisar outros argumentos de Alexandre neste link.